Unidades de Conservação Municipais.
No aniversário da capital dos gaúchos, 250 anos da nossa querida Porto Alegre e dentre todas as suas belezas e peculiaridades destacamos nesta apresentação a sua visão preservacionista, a capital do Rio Grande do Sul conta com 4 Unidades de Conservação que são administradas pelo município.
As Unidades de conservação presentes na capital administradas pelo município de Porto Alegre são: o Parque Natural Municipal Saint´Hilaire, o Parque Natural Morro do Osso, a Reserva Biológica do Lami e o Refúgio de Vida Silvestre São Pedro.
Unidades de conservação são áreas legalmente instituídas pelo poder público com a finalidade de manter os recursos naturais nelas contidos. Estes recursos naturais contemplam as espécies, habitats, ecossistemas, água e processos ecológicos nela existentes.
No entorno das Unidades de Conservação existem zonas de amortecimento, as quais tem o objetivo de evitar, minimizar e compensar impactos negativos sobre elas. Para atingir esse objetivo, nestas zonas as atividades humanas estão sujeitas às normas, restrições e usos específicos. Estes itens, fazem parte de um documento técnico intitulado “Plano de Manejo” da Unidade de Conservação, que estabelecem o zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais. Nas páginas das Unidades de Conservação de Porto Alegre é possível obter cópias digitais dos Planos de Manejo já instituídos no site da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (SMAMUS).
Parque Natural Municipal Saint´Hilaire
O Parque Natural Municipal Saint’Hilaire é uma Unidade de Conservação da Natureza do grupo de Proteção Integral de 1.148ha, cujos objetivos de proteção da área estão contidos no Decreto 14.289, de 16 de setembro de 2003, que o enquadrou no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e mais recentemente no Sistema Municipal de Unidades de Conservação do Município de Porto Alegre.
Importância Ambiental
O Parque abriga mais de 50 nascentes, as mais distantes da foz do Arroio Dilúvio, possuindo papel fundamental na conservação da bacia hidrográfica. A fitogeografia do Parque é formada pela Floresta Estacional Semi Decidual, ecossistema associado ao Bioma Mata Atlântica, a segunda maior floresta em diversidade biológica e também a segunda mais devastada do planeta, considerada área prioritária para conservação da biodiversidade. A composição da vegetação é dada por 450ha de mata nativa e cerca de 300ha de campo nativo. O campo nativo conta com áreas expressivas de butiazais, além de banhados.
Figura 1 – Área do Parque Saint’Hilaire.
Parque Natural Morro do Osso.
O Morro do Osso, com 143m de altura, faz parte da cadeia dos morros graníticos existentes em Porto Alegre e localiza-se próximo à margem do Lago Guaíba. Possui 220 hectares de área natural e constitui-se num importante reduto biológico, praticamente isolado pela urbanização dos bairros Tristeza, Ipanema, Camaquã e Cavalhada, adjacentes ao morro. Do alto do morro tem-se uma das vistas mais belas do município, com o Lago Guaíba, o Delta do Jacuí, os morros Santa Tereza, Teresópolis, Agudo, da Tapera, das Abertas e o da Ponta Grossa.
Parte do Morro do Osso constitui-se no Parque Natural do Morro do Osso, com área de 127 hectares.
A luta pela preservação do Parque Natural do Morro do Osso tem mais de 20 anos. Por apresentar uma grande biodiversidade e resquícios de Mata Atlântica, o morro motivou ambientalistas do município, comunidades do entorno, universidades e órgãos públicos a buscar a conservação com a criação da Comissão Permanente em Defesa do Morro do Osso.
Em 1979, o parque foi transformado em área de preservação ecológico pelo Plano Diretor da cidade. Em 1990, foi realizado o primeiro passeio ecológico para preservação da área e efetivação do parque. Em 1994, foi criado o Parque Natural Morro do Osso.
Atualmente, o parque abrange uma área de 57 hectares, já desapropriados, com ampliação prevista pelo Plano Diretor para 127 hectares, o que irá garantir a proteção do local.
Figura 2 Área do morro do osso
Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger
A unidade de conservação possui grande variedade de ambientes, como matas ciliares, banhados, juncais, matas de restinga, marricásseis, vassourais e campos arenícolas, contribuindo para a diversidade de espécies da flora e fauna silvestre.
A ocorrência da Ephedra tweediana, vegetal considerado raro e endêmico, característico das matas de restinga, e é um dos ecossistemas mais ameaçados no Rio Grande do Sul motivou ação inicial para a criação da Reserva Biológica do Lami, em 1975.
Figura 3 – Exemplar de Ephedra tweediana
Por meio de estudos científicos, foram identificadas na Reserva do Lami mais de 300 espécies vegetais nativas, um número muito superior de espécies animais e mais de 200 espécies de aves nativas, inclusive migratórias, locais, regionais e continentais. Os banhados em seus diferentes gradientes de umidade, além daqueles sazonais (que tem seus ciclos vitais atrelados a épocas do ano de cheias), assim como os juncais, são considerados berçários para muitos organismos aquáticos como peixes, anfíbios e moluscos. Além disso, nas elevações arenosas é possível encontrar ovos de tartaruga e de lagartos.
A Reserva Biológica do Lami José Lutzeberger presta importantes serviços ambientais com a salvaguarda de seus ecossistemas e biodiversidade. Entre seus principais objetivos estão a conservação da natureza, a pesquisa científica e a educação ambiental.
Figura 4 – Área do Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger