Especial Porto Alegre 250 anos – O guaíba e sua relação com o município – ABASTECIMENTO E SANEAMENTO

O Guaíba é a principal fonte de abastecimento público de Porto Alegre e, mesmo antes da fundação do município (em 26 de março de 1972), já era utilizado no transporte de mercadorias e dos imigrantes que chegavam na região.

Além de fornecer água, com as duas primeiras fontes públicas sendo inauguradas em 1779, o Guaíba também recebia esgotamento sanitário, incialmente sem nenhum tratamento. O primeiro sistema de esgotos da cidade foi inaugurado somente em 1912, e mesmo assim, os dejetos eram apenas canalizados e destinados sem tratamento para as águas do Guaíba.

O serviço de abastecimento de água começou a evoluir a partir de 1861, quando Porto Alegre contava com dois sistemas de fornecimento de água: a Hidráulica Porto-alegrense e a Companhia Hydraulica Guahybense. Contudo, na área de saneamento praticamente não havia avanços. Em 1928 foi criada a Diretoria Geral de Saneamento (DGS), quando a água passou a ser tratada.

Maiores avanços se deram com a criação do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), uma autarquia municipal, em 15 de dezembro de 1961 para administrar a captação, o tratamento e a distribuição de água. O DMAE também passou a realizar a coleta e tratamento do esgoto sanitário em Porto Alegre. Atualmente, mais de 200 milhões de m³ de água são tratadas por ano para uma população de cerca de 1,4 milhão de habitantes.

A poluição das águas do Guaíba possui fontes diversas devido à grande Região Hidrográfica formada por seus afluentes. Entretanto, a mais notável é a antrópica através de indústrias e esgotos domésticos. Por conta disso, as praias antes banháveis começaram a ser abandonadas a partir da década de 1950, e hoje apenas alguns trechos são apropriados para banho, visto que a dispersão de poluentes nas águas é mais lenta nas margens em função da baixa velocidade de fluxo das águas.

Apesar da carga elevada de poluentes que recebe, especialistas apontam que se ampliado o tratamento de esgotos (cobertura adequada de 93% de esgotamento sanitário no município – 2010), haveria uma melhoria significativa das condições de qualidade. Esse avanço, no entanto, exigiria uma cooperação.

regional, pois toda a região metropolitana contribui para a poluição dessas águas. Indústrias também precisariam ser mais adequadamente fiscalizadas, o que exigiria maior quadro técnico dos órgãos competentes.

O desenvolvimento econômico e a qualidade de vida da população estão intrinsecamente relacionada à disponibilidade de água. O Guaíba, principal manancial de abastecimento hídrico de Porto Alegre ao longo desses 250 anos de sua existência, é de extrema importância histórica, econômica e cultural para Porto Alegre e para toda a região metropolitana.

 

Além de apreciar sua vista, navegar em suas águas e se abastecer de suas águas, depois de tratadas, é preciso estar consciente de sua importância para a manutenção de ecossistemas e da própria sociedade. Diversas intervenções que foram e seguem sendo feitas no Guaíba nos tornam predadores da paisagem natural e da qualidade da água. É preciso que, além de utilizar de suas águas para os mais diversos fins, sejamos agentes de manutenção, nas atitudes individuais e coletivas, de sua integridade ambiental para que as gerações dos próximos 250 anos também possam usufruir e cuidar das águas do Guaíba.

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